Roteiro de 5 dias na Andaluzia: road trip pelo Sul da Espanha

Explorar o sul da Espanha é uma experiência única. Aliás, “único” não é um bom adjetivo para esse pedaço também conhecido como Andaluzia. Não há nada de único em suas paisagens, em seus vilarejos históricos ou das suas cidades vibrantes. E não é de se estranhar, já que a região foi ocupada por povos árabes por quase 800 anos até a Reconquista (como estudamos esse período histórico – não já julgamento de valor aqui, viu?).

Neste roteiro (nossa road trip), amos por Setenil de las Bodegas, Ronda, Sevilha e Málaga, além de uma parada no Caminito del Rey. Então já coloque o flamenco para tocar, pegue a sua taça de Tinto de Verano e simbora – vem conferir o nosso roteiro de 5 dias na Andaluzia, Sul da Espanha.

Como chegar em Andaluzia?

Para quem vem do Brasil, os voos internacionais normalmente chegam a Madri ou Barcelona, sendo necessário um voo de conexão para Málaga ou Sevilha, que possuem aeroportos internacionais bem conectados. Para quem já está na Europa, há voos diretos para essas cidades saindo de diversas capitais. Outra opção é viajar de trem de alta velocidade (AVE), que liga Madri a Sevilha em aproximadamente 2h30 e a Málaga em 2h45. Há também ônibus diretos saindo de Madri e Barcelona, que são opções mais econômicas, mas com tempos de viagem mais longos.

Nós chegamos de avião e por Málaga, por volta de 11h30. Vale dizer logo aqui que nossa viagem foi em Julho – ou seja, o começo da alta temporada no Sul da Espanha que, consequentemente é sinônimo de “cheio” e de “calor” – temas que lhe serão recorrentes ao longo deste texto, voyajante. Eu só peço perdão.

Para a nossa road trip, nós precisávamos de um carro e optamos por alugar um em uma locadora chamada Centauro. Conhece? A gente também não conhecia – mas vimos alguns blogs recomendando e fomos lá tentar a nossa sorte (principalmente porque os preços estavam muito bons – pagamos €30,76 para 4 diárias). Como a empresa é considerada uma low budget, ela não tem o guichê dentro do aeroporto, você precisa andar até um ponto de encontro e uma van leva você e seu grupo até a loja, que fica nas redondezas.

Informação importante para o dia da volta – tem que colocar na conta esse tempinho de devolução do carro e pegar o transfer para o aeroporto. Todo cuidado é pouco para não perder o voo, não é mesmo?

Chegamos até que rápido na loja para retirar o carro – mas o processo de retirada não foi fácil ou rápido. Lembra que eu falei que nosso voo chegou por volta das 11h30? Pois bem, só conseguimos sair de lá com o carro depois das 14h. Nossa “sorte” foi que tinha um mercado grande do lado – então nos arrastamos até lá para comprar alguma coisa para petiscar. Na Centauro tinham apenas duas vending machines, aquelas maquininhas de produtos. Uma com água e outra com uns negocinhos com cara de bem cansados.

É tranquilo dirigir na Espanha?

Nas rodovias, sim. Já nas cidades históricas, como em muitos países, estacionar pode ser um desafio, principalmente pela escassez de vagas. A gente não sofreu muito no Sul da Espanha, vale dizer. Não reservamos acomodações com estacionamento porque vimos que as grandes cidades tinham estacionamentos, mesmo que privados. Optamos por hospedagens mais baratas que, se fosse necessário pagar para parar o carro, ainda assim valeria a pena financeiramente. Mas, para isso, é importante fazer as contas direitinho e dar sempre uma pesquisada no valor atual do estacionamento na cidade onde vai dormir – e a distância até seu hotel, claro. No fim, conseguimos estacionar na rua em todas as cidades e não pagamos nada por estacionamento.

Entre Málaga, Setenil de las Bodegas, Ronda, Caminito del Rey, Sevilha e Málaga (de novo), nós não pagamos nenhum pedágio. Tivemos que abastecer apenas uma vez, na hora da devolução do carro. E no dia (valores de 2024) nós gastamos cerca de €75.

O roteiro simplificado:

Se você é do time que está a cada dia lendo menos, vou abrir uma colher de chá para você e testar a minha teoria também por aqui. Já joguei essa polêmica lá no nosso Instagram para ver qualé que é, e realmente ela está se provando correta: textões são assustadores. E olha que eu falei para você já preparar o seu Tinto de Verano lá em cima – haha.

Começamos o nosso roteiro por uma cidadezinha chamada Setenil de las Bodegas que conta com um pouquinho mais de 3 mil habitantes e que chama a atenção por ter sido construída debaixo de grutas – se é que podemos chamar desta forma. Nossa viagem de Málaga até lá foi de cerca de 1 hora. Ela faz parte do chamado Pueblos Brancos, um circuito de lugares caracterizado pelas suas, tá-dá, construções de cor branca. Existe uma rota a ser seguida? Não. São várias cidadezinhas e você escolhe aquelas que você quiser e que fizer sentido ao seu roteiro. Nós escolhemos a de Setenil de las Bodegas.

Após nos arrastarmos por visitamos Setenil de las Bodegas, pegamos o carro e seguimos para Ronda, não apenas uma das principais cidades da província de Málaga, mas também da rota dos Pueblos Brancos. Localizada a 739 metros acima do nível do mar, ela é convenientemente perto da chamada Costa do Sol do Sul da Espanha e está no meio entre Málaga, Sevilla e Gibraltar. Nesta roteiro de 5 dias na Andaluzia, só faltou a última. Mas, a gente sempre deixa um pouquinho o de fora para ter motivo para voltar, né? 

Depois de Ronda, fomos para Sevilla, onde amos duas noites. Os nossos dois últimos dias foi em Málaga, bem menor, sendo o segundo já o dia de aeroporto. Esse roteiro foi dividido por dias na vida real e por aqui, para melhor compreensão do texto caso você avance para o roteiro no detalhe. Espero que você goste – e se ele te ajudar de alguma forma, não esquece de dar aquele alô nos comentários. Ou lá no nosso Instagram @voyajandoblog. E já que estou aqui pedindo Ibope (e se você não sabe o que é isso, geração z, tá tudo bem!), aproveita e se inscreve no nosso canal e ajuda a gente a crescer também no mundo dos vídeos. 

Antes: quando visitar o sul da Espanha?

Eu diria primavera, voyajante, ou outono. Mas o tempo está tão maluco que em 2024, ano de nossa viagem, conhecidos nossos foram para Sevilha em Maio e já tiveram que sobreviver a 38 graus. Quentinho, né? Nós viajamos em Julho para celebrar o aniversário do Gian. E, olha, foi um desafio. Melhor no inverno, então? Depende, viu? No histórico de Ronda, por exemplo, teve ano que as temperaturas chegaram aos patamares negativos pela altitude do lugar. Então vai depender bastante das suas preferências (e sorte!).

Eu escrevi até aqui – e escreverei mais algumas vezes – sobre nos arrastarmos pelas cidades durante o nosso roteiro de 5 dias na Andaluzia. E é verdade. A gente pulava de sombra em sombra pedindo ao universo por uma brisa, um sopro. Uma coisa que notamos foi que o pior horário para estar na rua não era no meio-dia, igual no Brasil, quando o sol tá mais alto. Ali na Espanha, o inável estava ali entra as 15h e 17h. Nessa faixa de horário, as ruas estavam vazias – com exceção dos quatro turistas aqui procurando um ar-condicionado para chamar de nosso.

Talvez seja impressão nossa? Sim… Talvez depois de ter ado o dia inteiro andando no sol, o fim da tarde acabe sendo o acúmulo do dia inteiro. Sei lá. Vivendo e aprendendo.

O roteiro no detalhe

Dia 1 – Setenil de las Bodegas e Ronda (Puente Nuova e Casa Del Rey Moro)

Já queimei a largada lá em cima e você já sabe que a nossa primeira parada, Setenil de las Bodegas, é uma cidadezinha que faz parte do circuito dos Pueblos Brancos e que chama a atenção por ter sido construída sob as rochas. Por conta de sua arquitetura particular e específica, e localização estratégica, o lugar foi uma das últimas cidades a cair durante o período chamado de Reconquista. Foram necessários sete cercos para os cristãos finalmente “recuperassem” o vilarejo. E por que estou mencionando isso? Bom. Setenil vem do latim Septem Nihil que significa “sete vezes nada”. Já “Las Bodegas” é uma alusão à produção de vinhos da região. 

Outra teoria é que “Septem Nihil” pode também ser uma alusão às covas (ou cavernas) existentes na cidade. São sete no total. 

Quando estiver em Setenil de las Bodegas, você vai caminhar pelas ruas Cuevas del Sol e Cuevas de la Sombra que margeiam o rio Trejo e, como os nomes dizem, um fica exposta ao sol e outra a por baixo de uma rocha (daí a sombra). É nesta última que estão localizadas as casas-cavernas, que usam as pedras como parte das construções, seja parede ou telhado. Um exemplo de como o homem de molda à natureza, eu diria. Outro ponto positivo é que as rochas ajudam a climatizar a casa – já que diminuem o calor e a mantem a temperatura no frio. 

Apesar de pequenininha, Setenil de las Bodegas conta com algumas atrações turísticas. Uma delas é a Torre de Menagem (Torre del Homenage) localizada no topo da cidade. Ela era parte de uma antiga fortaleza e hoje oferece uma vista panorâmica da cidade. Na parte alta, você encontra ainda na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação (Parroquia de Nuestra Señora de la Encarnación). 

Aproveitamos para almoçar na cidade – já que até o momento, nossa refeição tinha sido uns salgadinhos e amendoins comprados no mercado perto da loja de aluguel de carros. Pegamos umas tostadas para ser mais rápido, por €10 cada, e já seguimos. O total da conta com as bebidas foi €51,10. Ali, e com aquele ar condicionado, foi uma delícia.

A nossa próxima atração (e nossa pernoite) foi Ronda, um dos principais destinos de todo viajante visitando a Andaluzia. Muito por conta de sua icônica Puente Nuova – e que já já falaremos mais. E eu não julgo – porque nós também nos encantamos com as imagens da construção que remonta ao Império Romano e já participou de diversas produções cinematográficas. Inclusive, já apareceu até em novela global. Reconheceu de Deus Salve o Rei? Acertou!

Puxa, não é à toa que é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo!

Mas, comecemos do início que foi deixar as malas na acomodação da vez. Em Ronda, ficamos no Apartamento Jardines de Cuenca e pagamos €85 para quatro pessoas. Como o nome já diz, foi um apartamento só para a gente e funcionou bem, principalmente por ser equipado com ar condicionado em todos os cômodos. O carro? Paramos na rua mesmo – tivemos sorte de achar um lugar bem próximo.

Daí começamos a andar. O nosso roteiro por Ronda começou na Puonte Nuova mesmo, que de nova não tem nada. O apartamento era muito perto e não teria como não começar com ela sendo a nossa primeira atração. Construída em 1793, levou cerca de quatro décadas para ser construída – e ao ver assim de pertinho, pôde-se imaginar o porquê. É considerada uma maravilha da Engenharia a mais de 100 metros de altura sobre o Tajo de Ronda, um desfiladeiro esculpido pelo Rio Guadalevín. Todinha de pedra. É impressionante. E se existe uma Ponte Nova, tem também a Ponte Velha (ou Ponte Árabe). Esta está localizada em um ponto mais baixo da travessia do rio, mas que também dá as “vistas” para os desfiladeiros. 

Além da Puonte Nuova, outro ponto de interesse em Ronda para nós era a Casa Del Rey Moro. No caminho até lá, demos uma adinha no de azulejos chamados Mirador de los Viajeros Románticos – que é bem bonito e retrata a cidade de Ronda. É uma parada bem rápida. Já na Casa y Jardines del Rey Moro você vai usar mais do seu tempo. E aqui abro um parêntese para dizer que meu teclado e corretor ortográfico estão pirando no espanhol hahahahaha – então se algo estiver errado, peço perdão. Estou lutando contra a correção automática, mas sinto que estou perdendo algo. Avise-me aí nos comentários se encontrar algo errado, por favorzinho.

Continuando. Dentro da Casa del Rey Moro encontra-se uma antiga mina de água instalada quando os muçulmanos ocupavam Ronda. Escavada nas rochas, vai até o leito do rio Guadalevín. Era a principal fonte de água da cidade. Reza a lenda que na época da Reconquista os cristãos conseguiram chegar até ali e fechar esse o de água para a população. Foi o motivo da rendição dos mouros. 

É possível visitá-la e o ingresso tem que ser adquirido na hora por €10 cada. É uma senhora descida pela escada árabe, mas que compensa quando você chega lá embaixo. Eu e a @jenifercarpani colocamos nossos pezinhos na água geladíssima e nossa, que alívio! Desinchou na hora do calor! Apesar de não recomendar a rasteirinha para a descida e subida – é bastante íngreme.

Achei bem interessante que você consegue ar um audio-guia direto no seu celular – se tiver o a pacote de dados de internet. Durante todo o eio você encontra plaquinhas com o nome do que se está vendo e um número para você sincronizar o seu áudio.

Quando saímos da Casa del Rey Moro, o sol já estava mais baixo. Mas isso não é sinônimo de menos calor. Seguimos direto para a Plaza de Toros de la Real Maestranza de Caballería de Ronda, construída em 1756 e considerada a mais antiga de toda a Espanha. É reconhecida também como o berço das touradas e, além de um museu sobre o assunto, tem um monumento ali perto em homenagem ao matador Pedro Romero. Ali pertinho fica a Igreja de Santa María la Mayor, considerada uma das mais importantes da cidade. Reza a lenda que foi construída em um estilo que mistura o gótico, o renascentista e o barroco sobre o que antes era uma Mesquita. 

Depois, percorremos o Paseo Blas Infante para chegando no Mirador de Ronda La Sevillana que, além da vista, possui um jardim muito bonito que homenageia diversos artistas que já visitaram ou exaltaram Ronda em suas criações como Orson Welles, Ernest Hemingway e Miki Haruta. Fato curioso sobre o local é que muitos o chamam de Balcón del Coño, já que reza a lenda que todos os espanhóis que chega por ali solta um “¡Coño, vaya vistas!” – que em um português para baixinhos seria “Puxa vida, que vista!”. E que vista!

Daí fomos jantar e ver a Puonte Nuova mais uma vez, agora de noite. E ela fica muito charmosa com toda a iluminação. O meu momento preferido foi na real, no manhã do dia seguinte. Afinal, a vista da ponte é de tirar o fôlego? Sim. Mas “vê-la” é muito melhor do que “ver dela”. E obviamente, por conta disso, existem alguns mirantes ao redor da cidade com “vista” para o cartão-postal. São elas: Mirador Plaza de María Auxiliadora, Mirador Puente Nuevo de Ronda, Mirador de la Carretera de los Molinos,Mirador de Aldehuela e Mirador de Cuenca. Visitamos o último, e as fotos são indescritíveis. Olha aí:

Ronda era uma cidade fortificada, voyajante, e você pode visitar vestígios das muralhas que circundavam a cidade (na época, sob domínio muçulmano) nos dias de hoje, e outros tantos vestígios. A Puerta de la Cijara é um exemplo disso, assim como a Puerta de Almocábar, está última datada no século XIII e fica bem pertinho da Iglesia del Espíritu Santo (Igreja do Espírito Santo), do século XV, construída em cima do que antes era uma Mesquita. Outra atração que infelizmente não conseguimos visitar (já tinha fechado quando chegamos na cidade), foi os Banhos Árabes, do final do século XIII. Eu, se fosse você, tentaria incluir no meu eio. Para a gente, fica para a próxima vez.

Dia 2 – Caminito Del Rey e Sevilha, com Metropol Parasol e o Flamenco

El Caminito Del Rey é, como o nome em espanhol já dá a entender, o caminho do rei. Trata-se de um caminho entre os desfiladeiros de El Chorro e Gaitanes, sendo a cereja do bolo os trechos de arelas suspensas de apenas 1 metro de largura. É andar ao lado de paredes de até 300 metros de altura observando o rio lá embaixo e as muitas cavernas criadas ao longo de muitos, muitos de anos de erosão.

Mas, quem teve a ideia de fazer um caminho desses? Uma companhia de energia que precisava criar um o “fácil” entre dois saltos de água existentes ali na região. As obras foram concluídas em 1905 e, em 1921, o rei da Espanha Alfonso XIII visitou um pedacinho do total de 7,7 km dessa trilha para inaugurá-la. E aí já ganhou a homenagem. É, voyajante, ele não andou as mesmas quase 4 horas que nós andamos e já batizou o babado com o nome dele. Risos.

Brincadeiras à parte, a visita do rei foi bastante memorável porque foi quase um milagre ele ter saído vivo dali. Você consegue inclusive ver o que sobrou da ponte na qual ele atravessou ainda hoje. Mas ele caiu, Jeanine? Não, gente – mas por sorte. Se você for visitar o lugar, vai ver que entre os paredões criou-se um corredor. E ali o vento é bem forte. O guia conta que o Rei Afonso XIII era um homem forte, alto e largo. Atravessar uma ripa de madeira sem corrimão com um vento desses, é um teste de equilíbrio e tanto!

A visita

Percebeu que até aqui eu não reclamei do calor? Exatamente porque em grande parte do percurso, o vento nos acompanha. E ele foi o nosso amigo. Já os trechos de terra foram desafiadores, voyajante. Tanto que o guia nem deixa você começar o rolê se não mostrar que está carregando uma garrafa de água. Então, fica a dica. Caso você não consiga comprar no caminho, eles tinham umas duas máquinas que vendiam só água no começo do percurso, assim como banheiros. A estrutura do lugar é bem bacana.

No início o guia também entrega para você o capacete, o protetor de cabelo e o rádio com fone de ouvido. Ele ensina a mexer na frequência e no volume, e garante que está todo mundo escutando ele. Pelo menos por ali… Porque depois, conforme vamos avançando… Achei complicado. O guia andava bem rápido, não correndo, mas sem muitas paradas, sabe? Eu que gosto de escutar as explicações, confesso que fiquei um pouco incomodada. Porque se eu corria atrás do guia para poder escutar o que ele falava, eu não tirava fotos. Se eu ficava muito para trás para fazer minha cobertura fotográfica (risos), a distância entre a gente já causava um chiado. Dependendo da curva que o grupo fazia, era silêncio total. No fina do percurso, só eu ainda mantinha o fone no ouvido. O Gian desistiu nos primeiros vinte minutos. Depois o Bruno, e então a Jenifer.

Apesar da distância, o Caminito Del Rey não é uma trilha difícil – principalmente porque as arelas foram renovadas recentemente e grande parte do percurso é plano. Tem escadas? Sim – mas não é a subida da cúpula de Florença, definitivamente. Falei “não é uma trilha difícil”, mas também não é um eio no parque. Não é só a água que é obrigatório, você também precisa estar com calçados apropriados. É também, obviamente, um desafio para quem não é fã de alturas. E como já citei, o calor nos trechos de terra beirava o inável. Chega um momento que você quer jogar o capacete longe. Mas a vista, voyajante, é de tirar o fôlego. E sinceramente? Compensou demais. Faria novamente sem sombra de dúvidas.

Os ingressos

Existem algumas formas de conseguir o ingresso para o El Caminito Del Rey e aqui o planejamento é crucial. Ingresso? Sim! Apesar de ser uma trilha, você só consegue o o ali por meio de tickets que, na maioria das vezes, estão esgotados. Você pode tentar a sua sorte na bilheteria do local – mas não no Centro de Visitantes (onde fica o estacionamento que custa €2 para o dia).

Em relação aos tickets, você pode optar por fazer a trilha sozinho ou com guia. Se você escolher o primeiro, os bilhetes são mais limitados (e mais baratos). Bom abrir a ressalva aqui que o Caminito del Rey funciona das 8h às 14h30 apenas. Falando em horas, a trilha está a cerca de 1h de Ronda, onde estávamos hospedados, e fica na cidade de Ardales – que eu não tinha mencionado. Ah! Caso você não esteja com vontade de alugar um carro, você consegue conhecer o caminho com excursões partindo de Málaga. No nosso parceiro, o GetYourGuide, você vai ver algumas opções. O preço é um pouco mais alto do que no site da atração – mas seu lugar é garantido. 

Outra coisa importante de ressaltar é que a trilha é linear – e não circular. Ou seja, o seu ponto final não vai ser o estacionamento onde você deixou o seu carro (preocupação de quem foi de excursão não tem!). Existe um ônibus shuttle (não istrado pelo Caminito Del Rey) que leva os viajantes de um lado para o outro por €2,50 por pessoa, no cacau. Quer dizer, no dinheiro. Então, se você não quer dobrar a sua caminhada, leve um troco com você, porque o motorista não aceita cartão. O trajeto é de cerca de 20 minutos. 

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É perigoso?

Se você seguir o guia e as recomendações dele? Não. Se você quiser subir nas pedras para tirar fotos, sair da trilha ou se apoiar nos corrimões, sim. Tanto que o trecho final da trilha, que é a mais bonita na minha opinião, é onde o guia contou as histórias das pessoas que morreram no local nos anos 2000. Se você jogar El Caminito Del Rey em qualquer buscador, você vai encontrar diversas matérias falando sobre o lugar que, já foi sim, considerado o caminho mais perigoso do mundo. Em diversos trechos você consegue ver a arela original, em ruínas, e que muitos turistas se aventuravam a percorrer no ado.

De lá, pegamos o carro e fomos para Sevilla, a capital da Andaluzia. Fizemos o nosso check-in no hotel da vez, chamado Azahar. Foram duas noites por ali e pagamos € 223,50 para quatro pessoas. Chegamos, arrumamo-nos e já saímos para fazer o nosso famoso reconhecimento de campo. Ou, colocar as nossas perninhas para jogo uma vez mais.

Caminhamos até o Metropol Parasol, uma das principais atrações da cidade. Não tem como não vê-la (seus 28 metros de altura, 150 metros de comprimento e 70 metros de largura não am exatamente desapercebidos), para o bem ou para o mal. São seis guarda-sóis de madeira gigantes interligados que “inspiraram” o seu segundo nome, que é Las Setas (ou cogumelos) de Sevilla. Essa gigantesca estrutura foi idealizada pelo arquiteto alemão Jurgen Mayer e reúne, em um único lugar, um eio público com mirante, um centro de exposições e eventos, e um mercado de comida e lojinhas de artesanato. 

Durante as construções do Metropol Parasol, que foi inaugurado em 2011, foram encontradas ruínas de uma ocupação romana. Por isso, também dá para visitar no subsolo um museu arqueológico com esses “achados” que também incluem um mosaico e um antigo aqueduto. Legal, né? Nós não entramos, mas fica a fica caso seja algo que você se interesse!

eamos pelo centrinho nervoso de Sevilla (Sevilha, em português haha) e tive até que comprar uma rasteirinha nova já que a minha decidiu arrebentar. Para enfrentar o calor, que nos meses de verão chega a 40°, a cidade instalou umas coberturas de lona gigantescas entre os prédios, fornecendo sombra para os pobres mortais que estão circulando por ali. E faz uma diferença boa, viu?

E para finalizar a noite em grande estilo, fomos assistir um show de Flamenco no Teatro Flamenco Triana. Caso não saiba ainda, digo já. O Flamenco é um estilo de dança que nasceu em Triana, Sevilha. Logo, não poderíamos perder a chance. O legal dessa opção, que compramos pelo GetYourGuide por 25 euros por pessoa, é que a apresentação começava às 21h. O que nos deu tempo de voltar para o hotel, tomar banho e sair fresquinhos para o espetáculo que, por sinal, era bem pertinho do nosso hotel.

Chegamos lá e trocamos os nossos ingressos na bilheteria – onde já nos conduziram aos nossos assentos na primeira fila. Hahahaha. Por motivos óbvios, não eram permitidas fotos e nem vídeos lá dentro – o que posso dizer é que é muito bonito e que vale a experiência. Nunca tinha tido nenhum contato com o flamenco, e me surpreendeu. Três músicos ali no gogó (e com instrumentos, claro) e dois dançarinos, um homem e uma mulher. É bem intimista, sem grandes produções, sabe? São eles ali no palco, você ali na plateia. A hora a voando.

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No fim, paramos para jantar em uma praça ali do ladinho, à céu aberto mesmo – com o calor que estava. As mesas no exterior eram as mais concorridas e acabamos pegando a última disponível no estabelecimento. Tomamos nossas sangrias, cervejas e petiscamos – não teve jeito melhor de terminar a noite não. Desconheço.

E, antes de finalizar por aqui esse dia muito bem aproveitado, vou finalizar deixando claro (embora já tenha sido dito e ficando subentendido em alguns trechos) que Sevilha, e todas as cidades do Sul da Espanha são muito concorridas. São cheias de turistas do mundo inteiro, principalmente em alta temporada. Sempre, sempre compre os ingressos dos lugares que você quer visitar com antecedência. Evite frustrações. E sempre que puder, compre com o nosso link afiliado do parceiro GetYourGuide. Você ajuda a gente a crescer e, na maioria das vezes, não paga nada a mais por isso. Se não puder contribuir, dá aquela moral e compartilha a gente com amigos, segue no Instagram ou no canal – a gente agradece e isso nos motiva, e muito, a continuar. 

Dia 3 – Sevilla (Alcazar e Catedral de Sevilla)

Começamos o nosso dia na Plaza de Espanha que, sinceramente, é impossível de não se apaixonar. Além da grandiosidade das construções que a rodeiam, existem por ali bancos revestidos de azulejos que homenageiam cada uma das províncias espanholas e quatro pontes, cada uma simbolizando cada um dos antigos reinos da Espanha. Foi fundada em 1929 e possui até um canal – onde é possível até fazer eios de barco! 

Já vou logo jogar aqui a informação de que Sevilha é uma queridinha não apenas dos turistas, mas da indústria cinematográfica. Sabia que Star Wars teve cenas gravadas aqui? Talvez você não se lembre, mas Anakin e Pa (e o R2-D2) caminharam por aqui durante o episódio do Ataque dos Clones

Aliás, não só o cinema, viu? No dia da nossa visita, tinha um festival de verão acontecendo à noite e o lugar estava tomado por carros envolvidos na montagem do palco.

Fomos caminhando pelas ruas do Barrio de Santa Cruz, também conhecido como Bairro Judeu – ou judería de Sevilha. É lá que estão – ouso dizer – as principais atrações de Sevilha como a Catedral, a Torre La Giralda e o Alcázar. Mas falaremos sobre elas mais adiante. Porque apenas o Barrio de Santa Cruz merece também atenção especial pelas suas ruazinhas de o apenas a pedestres, bem estreitas pela proximidade das casas caiadas de branco. Um truque para aumentar as sombras da cidade e combater o calor por ali. 

Roteiro de 5 dias na Andaluzia

Começamos com o Alcázar de Sevilha que fica ali no entorno da Praça Espanha. Compramos os tickets pelo nosso parceiro, o GetYourGuide, e pagamos € 15,50 em cada um (valores de 2024). Lembrando que aqui os bilhetes aqui se esgotam com facilidade e os ingressos são por horário. Tinha uma fila por lá de pessoas tentando um bilhete para o dia. Então, planeje bem seu itinerário, principalmente se você deixar para conhecê-lo no mesmo dia que a Catedral e a Torre La Giralda. Se não, pode ser frustrante para ti.

Mas, gente, o que é um Alcázar? É o termo utilizado para palácio (ou palácios, plural) fortificado, e que geralmente tem origem muçulmana. O de Sevilha tem mais de mil anos de história e faz parte de um grupo chamado Reales Alcázares, já que existem alguns espalhados pelo Sul da Espanha, reflexo da ocupação árabe que existiu ali. 

Vale abrir um parêntese aqui para dizer que, quando os Reis católicos residiram no local, muito da cultura islâmica se perdeu. Alguns vestígios ainda existem, claro, e são a cereja do bolo da visita. Destaque para o Patio del Yeso, parte da muralha e murais (chamados de mudéjar) espalhados pelos palácios. 

Outro parêntese legal de abrir, até porque você sabe que a gente ama visitar locações de filmes e seriados aqui no Voyajando, é dizer que você pode reconhecer o Alcázar como a residência da Casa Martelli, em Game of Thrones, na fictícia Dorne.

A visita no Alcázar de Sevilha pode ser livre, guiado ou com audioguia (que é direto no seu celular – então não se esqueça dos fones de ouvido). Se você quiser incluir o Cuarto Reale Alto na sua visita, é um adicional no seu ticket. Nós não o fizemos. Isso porque a família real espanhola ainda utiliza os aposentos quando estão por Sevilha – então vai ter que depender da disponibilidade do lugar.

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Os destaques do Alcázar de Sevilha

O lugar é muito grande, voyajante, e sinceramente, a gente sentiu que deixou coisa para trás. Principalmente na parte dos jardins do Alcazár. É como se ele fosse dividido em várias áreas e cada uma delas bastante distinta entre si. Se de um lado você tem árvores, do outro você tem um labirinto. E então aparece uma fonte. Mais adiante, muralhas. É como uma colcha de retalhos – e lindo. Tudo é muito fotogênico. Você consegue andar por lá por horas a fio (e tudo é muito fotogênico, você quer ficar lá fotografando!).

Dentro do Alcázar, do palácio, os destaque são o Pátio das Donzelas, rodeado de arcos em estilo mudéjar e uma espécie de piscina no centro; o Salão dos Embaixadores, que é coroado com uma cúpula dourada de estilo islâmico; o Pátio das Bonecas, repleto de esculturas de rostos nos seus arcos; e o Salão Carlos V, mais recente, que mistura influências góticas e renascentistas.

De lá, fomos almoçar as famosas tapas espanholas, no melhor esquema “cada um escolhe um” e todo mundo experimenta de todo mundo. Com uma taurina e uma ascendente em touro no grupo, posso dizer com propriedade que deu certo.

Fiquei com a sensação de que Sevilha concentrou todos os seus pontos turísticos em um único lugar, hahaha. E para um turista que não consegue mais andar (veja bem, ele quer, mas é um desafio) no calor espanhol, isso é uma benção. Nosso próximo destino foi pertinho: o Archivo de Las Indias. É uma visita rápida e GRATUITA por mais esse patrimônio mundial da UNESCO. Os arquivos em si nem ficam mais lá, estão muito bem guardados em um outro lugar. Até porque em ritmo turístico, você não sentaria lá para folhear documentos relacionados com as colônias espanholas – acho, hahaha. A ideia aqui é ver o prédio, a arquitetura do interior do local que é, nossa senhorinha, de tirar o fôlego. Recomendo demais.

A seguir, visitamos a Catedral de Santa María de La Sede, considerada a terceira maior do mundo – atrás apenas da Basílica de São Pedro no Vaticano e da St. Paul’s em Londres, na Inglaterra. E, olha, é grande mesmo. Lá dentro você encontra o mausoléu de ninguém mais, ninguém menos que Cristóvão Colombo – que caso você não se lembre, eu ajudo: considerado o “descobridor” das Américas. E mesmo se você não é um fiel ou católico, saiba que o tempo está na lista da UNESCO e é considerado um patrimônio mundial.

Depois de nos perdermos por todas as capelas e altares do templo, demos uma adinha no Patio de Los Naranjos para dar aquela refrescada e, claro, irar a plantação de laranjeiras. É um pequeno paraíso em meio às construções centenárias. Após uma parada para banheiros e reabastecer nossas águas, continuamos para a nossa próxima atração que, bem, impossível de não ver: a Torre La Giralda.

Com 100 metros de altura, foi construída durante o período islâmico de Sevilha, mais especificamente durante a dinastia Almohade. Após o período histórico conhecido como Reconquista, a torre que antes era o minarete de uma mesquita, tornou-se o campanário da catedral gótica que foi erguida ali ao lado, no lugar da mesquita, caso não tenha ficado óbvio. Ai, Jeanine, o que é minarete? O que é campanário? Minarete é uma torre alta pertencente a uma mesquita com três ou quatro balcões onde o muezim (a pessoa encarregada de chamar os muçulmanos para a oração) chama os muçulmanos para oração. Já campanário é a torre onde ficam os sinos. 

Legal dizer que é possível visitar a La Giralda e subir a torre para uma vista de Sevilha. Mais legal ainda dizer que, ao invés de escadas, o caminho é feito por rampas – já que o pessoal antigamente subia mesmo era de cavalo. Você não, você vai com as suas perninhas mesmo. Que nem a gente.

Dica amiga: gente, o lugar é tão alto que o clima-tempo é diferente. Enquanto a gente abraçava o capeta (com todo o respeito, eu sei que estávamos visitando uma igreja no momento) nas ruas de Sevilha e enfrentava um calorão sem qualquer tipo de brisa, lá em cima – perto dos sinos – estava uma ventania. E o vento seria mais do que bem vindo se eu não estivesse de saia no momento. Sim, corta para a cena em que eu recriei Marilyn Monroe no campanário de uma igreja em Sevilha.

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O ingresso de visitação à Catedral dá entrada para a Igreja do Divino Salvador (Iglesia Colegial del Divino Salvador). Ela não é tão próxima à catedral, mas nem tão longe. Tivemos que dar uma acelerada no o para chegar lá antes do templo fechar – e por conta disso, não visitamos à criptas do lugar, por exemplo. Na real-real, não era uma prioridade para a gente. Mas, quando chegamos por lá, ficou aquele gostinho de quero mais. Então, se você tiver disponibilidade, vá mais cedo para a igreja para poder conhecê-la com calma. É linda!

Terminamos o dia andando à beiro do Rio Guadalquivir. É ali em Sevilha que ele desemboca no Oceano Atlântico – o que fez da cidade lar de um dos principais e mais movimentados portos da Espanha durante a exploração das colônias americanas. Sim. É um rio não só grande como largo, o que faz dele navegável. E em uma de suas beiras, você enxerga de longe a Torre del Oro, que pertencia a antiga muralha que circundava a cidade ainda sob domínio árabe. Se você é do time de eio de barcos, é por ali também que você o encontra. 

Dia 4 – Málaga

Chegamos à Málaga, o destino final da nossa rápida viagem por Andaluzia. E fomos direto para o Castillo de Gibralfaro, uma fortaleza localizada no topo de uma colina data do século XIV. Foi construída pelo rei mouro Yusuf I e era interligada (ainda é, para ser bem sincera) com a Alcazaba – que falaremos mais a seguir. O nome Gibralfaro é farol, em árabe, que existia ali.

Já quis logo deixar essa ligação entre o castelo e o palácio porque isso influencia na compra dos seus ingressos. Você tem um desconto na tarifa se já compra os dois monumentos juntos na bilheteria – que foi o que fizemos. Tenha isso em mente e guarde o seu papelzinho com carinho.

Além de percorrer as muralhas do castelo e ter a oportunidade de ver Málaga de cima (e o mar Mediterrâneo), o Castillo de Gibralfaro também oferece história. Ou melhor, História, com inicial maiúscula. Ali dentro existe um pequeno museu militar que conta a história do local, e espalhados pela fortaleza estão placas explicativas e QR codes para você escanear e ar o audio-guia do lugar diretamente no seu celular. Ali em cima, por alguma razão, a minha internet não estava muito boa – então perdi bastante das explicações locais.

Uma das coisas que mais me surpreendeu foi a resistência do castelo durante a Reconquista por volta de 1487. Os reis espanhóis (e católicos) Fernando e Isabel demoraram cerca de três meses para conquistar Málaga. Reza a lenda que foi o último reduto a se render.

E então, pegamos o carro novamente e fomos em direção à cidade de Málaga. O nosso hotel da vez ainda não estava pronto para check-in, então paramos o carro em um estacionamento privado na frente do Alcazaba – nossa próxima estação – e fomos aproveitar o nosso dia na cidade. Mas, primeiro, almoçar. Depois da nossa experiência no gigantesco Alcázar de Sevilha, não nos fizemos de rogado e já paramos para comer antes de seguir o itinerário.

O estabelecimento se chama Lupe e fomos os primeiros clientes a sentarmos para comer. Os espanhóis comem mais tarde do que nós, brasileiros, então talvez tenhamos causado um pouco de estranheza aos funcionários do lugar. E, sinceramente, eles eram o único restaurante com cara de aberto – daí entramos. E foi uma delícia.

Antes de entrarmos na Alcazaba, paramos para fotografar o Teatro Romano que fica do ladinho do palácio. O interessante é que ele fica ali à céu aberto – um lembrete que Málaga não foi ocupada apenas pelos mouros, mas também pelos romanos, lá em meados do século I a.C. Também chama atenção o fato de que não são ruínas, as arquibancadas e o palco original estão bem preservados! Tudo isso, muito provavelmente, deve-se ao fato de que o teatro ou séculos soterrado, sendo redescoberto apenas em 1951 durante obras.

Como já havíamos comprado nossos bilhetes para a Alcazaba lá no Castillo de Gibralfaro, nossa entrada foi bem tranquila. Vale dizer que você pode fazer o caminho inverno também, e começar pela Alcazaba antes de se aventurar no Castillo de Gibralfaro. Como estávamos com o carro, fazia sentido para a gente ir no mais longe primeiro já vindo de Sevilha, e depois largar o carro e desfrutar de tudo que Málaga tem a oferecer.

Construída no século XI pelos muçulmanos, a Alcazaba era ao mesmo tempo a residência dos governantes mouros e uma das fortificações mais importantes da Andaluzia. O engraçado é que esses dois lados da construção são bastante visíveis. Do lado de fora, você não acha que exista uma faceta residencial dentro das muralhas daquela fortaleza. Mas depois de atravessar os dois portões e chegar ao miolo do lugar, o cenário muda. E aí parece que você está entrando em um oasis – com jardins, fontes de água e, mais atualmente, um café onde bem compramos sorvetinhos pós-almoço. Refrescaram a gente demais.

Saímos da Alcazaba e fomos andar pelo centrinho nervoso de Málaga – com uma sensação térmica que eu já nem sei mais explicar. As ruas ficam até vazias nesse período do dia – e grande parte dos estabelecimentos realmente fechando as suas portas. Em busca de uma brisa qualquer, queríamos já ir no sentido da orla, mas voltamos rapidinho para o estacionamento e fomos fazer o check-in na acomodação da vez. Ficamos no Apartamento Librun pela bagatela de € 144 para as quatro pessoas.

Depois, seguimos para a beira-mar, mais especificamente para o Muelle Uno, um porto bem moderno que abriga também um complexo de lojas, restaurantes e bares. É por ali que está localizado o Centro Pompidou Málaga, o primeiro centro da instituição sa fora da França. Inaugurado em 2015, é reconhecido pelo seu cubo colorido, El Cubo, que tornou-se um símbolo da cidade espanhola. Ali dentro você encontrará uma exposição permanente com foco no século XX e XXI. Caso entre para visitar, verá nomes como Picasso, Miró, Chagall, Frida Kahlo e Magritte.

Fomos caminhando até a Praia de La Malagueta, a faixa de areia mais famosa de Málaga, já que fica ali mesmo na cidade. Andamos pela orla até chegarmos no seu farol – onde começamos o caminho de volta. Você vai perceber aqui, caro voyajante, que nossos roteiros tem bastante idas e vindas, principalmente se gostamos da área. E nós gostamos na Praia de La Malagueta porque é ali que são servidos os famosos espetos de sardinha na brasa. E era isso que seria o nosso jantar – com toda a certeza. Porém, como ainda estava cedo, voltaríamos ali mais tarde.

No caminho de volta, paramos na Cerveceria Unterturkheim para tentar refrescar um pouquinho, e seguimos sentido o Museu Picasso, que conta com uma coleção com mais de 200 obras do artista. A entrada é gratuita nas duas últimas horas antes do fechamento – então fomos lá tentar a nossa sorte. No caminho, amos belo edifício da Prefeitura de Málaga, datado de 1919, que tem um jardim bem bonito na frente, com fontes e sombra. Um frescor mais do que bem-vindo no caminho.

A fila para o Museu Picasso estava enorme, então não foi dessa vez que visitamos o local. Não tanto pela fila, já que era esperada. Mas esperar no calor – e lembre-se, estava bem quente – não foi uma opção para a gente, então ficamos rodando o centrinho da cidade e aproveitamos para já comprar o nosso souvenir da vez por ali mesmo. Depois, bem despretensiosamente, caminhamos novamente sentido à Praia Malagueta para comer nossas sardinhas e terminar o dia. Não foi nada, nada mal. Não poderíamos recomendar mais.

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Dia 5 – Málaga, Outlet e Aeroporto 

No dia seguinte, acordamos cedinho para entrar na Catedral de Málaga, já que existe um horário de visitação livre às 8h30 da manhã, todos os dias, por trinta minutinhos. E, nossa, ainda bem que o fizemos. Não pela economia do valor da entrada (cerca de €10 por pessoa), mas a possibilidade de ver o templo por dentro – já que o exterior não faz jus ao lugar. Se você não tiver a possibilidade de visitar no mesmo horário que a gente foi, eu recomendo a compra do ingresso. Trata-se de uma das catedrais mais bonitas que eu já vi. E olha que eu estou ficando entendida de igrejas… Só em Milão, foram umas cinco no mesmo dia, hahahaha.

A Catedral de Málaga é também conhecida como a “La Manquita”, uma espécie de apelido carinhoso que se refere ao fato de que uma das torres nunca ter sido terminada. Construída entre os séculos XVI e XVIII, ela mistura estilos renascentista e barroco, e reza a lenda que o dinheiro que faltou para a torre foi usado para financiar a independência dos Estados Unidos. Curioso, né?

Depois, fomos tomar o nossa café da manhã em uma das padarias locais antes de dar uma adinha na nossa penúltima atração antes de ir embora: o Mercado Central de Atarazanas. Construído no século XIX, ocupa hoje o local que antigamente era um estaleiro naval islâmico (daí o atarazanas, em árabe). Lá dentro você vai encontrar frutas frescas, embutidos, peixes e frutos do mar, além de bares e restaurantes. Tudo o que se espera de um bom mercadão! Se entrar, não se esqueça de olhar para cima e reparar bem no bonito vitral que representa a história de Málaga (e nas portas, que reza a lenda, são as originas da época da ocupação moura).

A última atração foi uma adinha na Plaza de Toros La Malagueta. Construído em 1876 no estilo neomudéjar, tem capacidade para 9 mil pessoas. Ainda recebe eventos taurinos durante a Feria de Agosto, uma das mais tradicionais da cidade. Mas, além da controvérsia com a touradas, a arena também é usada para eventos musicais.

E então, foi momento de partir. Deixamos o centro de Málaga para trás e fomos para o aeroporto – já que o voo da Jenifer e do Bruno era mais cedo do que o nosso (Jeanine e Gian). Depois de deixarmos a dupla por lá, fomos conhecer o Outlet Designer Málaga, que fica do ladinho de um centro comercial chamado Plaza Mayor. O que é muito bom, já que se torna um complexo gigantesco e você leva o melhor dos dois mundos em um único lugar (a depender do tempo que você tiver). Ah! O trajeto foi de 10 minutos entre o aeroporto e o local.

Eu e o Gian chegamos e fomos almoçar em um restaurante japonês que tinha dentro do outlet. Depois, começamos a bater perna. São mais de 100 marcas nacionais e internacionais entre moda, calçados e órios. E os preços estavam bastante interessantes, viu voyajando, bem mais baratos do que o praticado na Irlanda, por exemplo. Se você tiver um tempinho para matar por lá, recomendamos.


E é isso, esse foi o nosso roteiro de 5 dias por Andaluzia, no Sul da Espanha. Nós esperamos do fundo do nosso coração que essa matéria ajude de alguma forma no seu planejamento. Infelizmente, as imagens aqui apresentadas não fazem jus a tudo o que vimos quando estávamos por lá – e em breve, tudo estará em vídeo (então já fica aqui o convite para nos acompanhar no nosso canal). As cidades são lindas, culturalmente ricas e valem cada minuto do seu precioso tempo.

E se fizer sentido para você, pedimos que considere comprar seus tickets com os nossos links afiliados. É clichê dizer que ele nos ajuda a crescer – mas é verdade. É esse retorno que, na maioria das vezes você não paga nada a mais, faz possível a gente manter o voyajando.informativomineiro.com no ar: para manutenção, hospedagem e assim por diante.

Muito obrigada, e até a próxima!


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